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EL-NINO JÁ IMPACTA O NORDESTE BRASILEIRO

Iniciamos o mês de outubro com forte atuação do El-Nino no nordeste do Brasil. Nas previsões para os próximos meses, já é possível visualizar as anomalias de precipitações acumuladas.

Anomalias de precipitações para o meses seguintes. Fonte: Tropicaltidbits

O oceano Pacífico continuará com as temperaturas um pouco elevadas, mas cientistas acreditam que a situação irá mudar em junho de 2024 quando águas mais frias irão emergir e dar um fim temporário ao El-Nino.

Anormalidade de temperatura dos oceanos. Fonte: Tropicaltidbits
Águas frias emergindo no oceano Pacífico equatorial. Fonte: Tropicaltidbits
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AGOSTO DO DESagosto?

Chegamos ao mês de agosto (para uns, mês do DESgosto), o período é marcado por uma diminuição das chuvas no nordeste do Brasil, especialmente nas áreas mais ao norte e leste da região. A temperatura média varia entre 22°C e 30°C, com máximas que podem ultrapassar os 35°C em alguns locais. O tempo é predominantemente seco e ensolarado, com baixa umidade relativa do ar e ventos de moderados a fortes.

A estação seca no nordeste é influenciada pela atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que se afasta da costa brasileira nessa época do ano, reduzindo a disponibilidade de umidade e a formação de nuvens. Além disso, a presença de massas de ar seco e quente dificulta a ocorrência de precipitação. Sem falar também da Oscilação Maden-Julian (MJO) que neste mês, está dificultando a formação de chuvas.

No entanto, algumas áreas do nordeste ainda podem receber chuvas isoladas e passageiras, principalmente nas regiões serranas e no litoral sul. Essas chuvas são causadas por sistemas meteorológicos locais, como brisas marítimas, orográficas e frontais. Elas são mais frequentes no início e no final do mês, quando há uma maior variação da temperatura entre o dia e a noite.

As condições climáticas no mês de agosto para o nordeste do brasil são favoráveis para o turismo, a agricultura e as atividades ao ar livre, desde que sejam tomados os cuidados necessários com a hidratação, a exposição ao sol e a proteção da pele. É importante também ficar atento aos avisos de baixa umidade emitidos pelos órgãos competentes, pois essa condição pode trazer riscos à saúde e ao meio ambiente.

TRIMESTRE

Trimestre de Setembro-Outubro-Novembro.
Fonte: TROPICALTIDBITS

 O trimestre (setembro-outubro-novembro) será caracterizado por chuvas dentro da climatologia e com pequenas chuvas no litoral sul do Nordeste, principalmente no litoral da Bahia. Para alguns meteorologistas, isso seria influência do El-Nino que atualmente está em sua fase positiva e que provoca diminuição de chuvas em algumas regiões do Brasil e favorece em outras.

O QUE ESPERAR?

O mês de agosto será marcado por condições climáticas variadas, dependendo da região. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de chuva próxima ou abaixo da média nas regiões Norte e Nordeste, com exceção de áreas do Pará e Amapá, onde a chuva pode ficar ligeiramente acima da média. No oeste do Nordeste, o tempo é seco nesta época do ano, o que pode favorecer as fases de maturação e colheita dos cultivos de segunda safra, mas também causar restrição hídrica aos cultivos em fases reprodutivas. No litoral do Nordeste, a chuva pode ajudar na manutenção da umidade no solo e favorecer as lavouras de terceira safra, como o feijão e o milho.

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TCHAU, TCHAU CHUVAS

As chuvas ocorridas neste mês de maio na região Nordeste foram intensas e afetaram mais de 1,2 milhão de pessoas, segundo dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM). A maior parte das vítimas foi registrada em Pernambuco, onde deslizamentos e alagamentos causados pela chuva deixaram ao menos 91 mortos e 26 desaparecidos, de acordo com a BBC News Brasil. Outros estados que também sofreram com os efeitos das chuvas foram Bahia, Maranhão e Ceará, conforme o portal Climatempo. A previsão é que a chuva continue acima da média em algumas áreas do Nordeste até o final do outono que termina no dia 21 de junho.

E O QUE ACONTECEU EM MAIO?

Acumulado nos últimos 30 dias. Fonte: INMET

O mês de maio foi marcado por chuvas intensas e frequentes na Região Nordeste, especialmente na faixa leste. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o acumulado de chuva nos últimos 30 dias superou a média histórica em vários estados, como Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Sergipe. No Rio Grande do Norte, o destaque foi para a capital Natal, que registrou 472 mm de chuva em maio, o maior valor desde 1998. Essa chuva trouxe benefícios para a recarga dos reservatórios, mas também causou transtornos como alagamentos, deslizamentos e desabamentos.

A causa dessa chuva foi a atuação de sistemas meteorológicos típicos da estação, como a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e os Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL), que favoreceram a formação de nuvens carregadas sobre a região. Além disso, a temperatura da superfície do mar no Atlântico Sul estava mais elevada do que o normal, o que contribuiu para aumentar a umidade e a instabilidade atmosférica.

ACUMULADO PARA 5 DIAS

Previsão para os próximos 5 dias

Para os próximos 5 dias não há muita novidade atuando no Nordeste, haverá predominância dos Distúrbios Ondulatórios de Leste (DOL) atuando no litoral central do Nordeste. As águas do Oceano Atlântico Sul está aquecido próximo ao litoral, favorecendo a formação de chuvas isoladas até de grande intensidade.

E O TRIMESTRE JUN-JUL-AGO?

Precipitação prevista para o trimestre (jun-jul-ago) de 2023. Fonte: INMET

A tendência para os próximos meses é de que a chuva diminua na Região Nordeste, conforme o avanço do inverno no Hemisfério Sul. A previsão do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) indica que a precipitação ficará na média no leste do Nordeste entre junho e agosto. No entanto, ainda podem ocorrer eventos isolados de chuva forte, principalmente no litoral.

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MJO, ZCIT, ENOS: CADÊ AS CHUVAS?

Como adiantamos na nossa publicação no dia 10 de abril, as chuvas estão com intensidade de moderadas a fracas no RN. Hoje iremos abordar os fenômenos que estão no título deste post: MOJ, ZCIT e ENOS. Afinal, o que são eles e qual a parcela de culpa pela baixa intensidade das chuvas?

Primeiramente, falaremos sobre a previsão de chuvas para hoje (domingo, 16 de abril de 2023).

Perceba a oscilação MJO atuando na linha do equador no Brasil. Fonte: Climate Reanalyzer

O domingo será caracterizado com bastante nuvens no Nordeste e Norte do Brasil, fenômenos causados pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e a chegada da Oscilação Madden-Julian (MJO), além da Perturbação de Leste (chuvas na costa do Nordeste) que favorecerá a formação de nuvens de chuvas, principalmente no fim da tarde devido a instabilidades termodinâmicas.

MJO

A Oscilação MJO (Madden-Julian Oscillation) é um fenômeno atmosférico que afeta o clima tropical e subtropical. Ela consiste em uma alternância de fases de chuva intensa e seca que se deslocam de oeste para leste sobre os oceanos Índico e Pacífico, com um período de 30 a 60 dias. A Oscilação MJO foi descoberta em 1971 pelos cientistas americanos Roland Madden e Paul Julian, que estudavam os padrões de vento e pressão na região equatorial.

A Oscilação MJO tem grande influência na atividade dos ciclones tropicais, nas monções, na circulação atmosférica global e nas variações interanuais do clima, como o El Niño e a La Niña. Ela também pode afetar as chuvas e as temperaturas em diferentes regiões do mundo, incluindo o Brasil. Por exemplo, quando a fase úmida da oscilação MJO está sobre o Pacífico ocidental, há uma tendência de aumento das chuvas no Norte e no Nordeste do Brasil, enquanto que quando a fase seca está sobre o mesmo oceano, há uma tendência de diminuição das chuvas nessas áreas. Ou seja, um dipolo.

A MJO atuando sobre Brasil. Fonte: Universiade Albany

Por volta do dia 21 de abril, a MJO estará atuando entre o Norte e o Nordeste, favorecendo a precipitação de chuvas.

Representação esquemática da propagação dos distúrbios gerados pela Oscilação de Madden-Julian. Adaptado do trabalho de Madden e Julian, 1972.
Fases da oscilação MJO. Perceba que o Brasil é beneficiado entre os meses de novembro a março, nas fases 2 e 8. Entre os meses de maio a setembro, será beneficiado entre as fases 6-1, mas com pouca intensidade.

A MJO, ZCIT favorecendo as chuvas, mas cadê elas? Um dos culpados é a época do ano, o outono não é caracterizado com muitas chuvas no Nordeste e isso é considerado normal. Ao longo que nos aproximamos da primavera, outros fenômenos começam a influenciar na distribuição de chuvas na nossa região. Um dos fenômenos é o ENOS.

ENOS

ENOS é a sigla para El Niño Oscilação Sul, um fenômeno atmosférico-oceânico que ocorre no oceano Pacífico Equatorial e na atmosfera adjacente. O ENOS se caracteriza pelas variações na temperatura da superfície do mar (TSM) nessa região, que podem ser mais quentes (El Niño) ou mais frias (La Niña) do que a média histórica. Essas mudanças na TSM afetam o clima global, causando alterações na temperatura e na precipitação em diferentes partes do mundo.

O La-Niña chegou ao fim, era esperado uma fase neutra de El Niño mas atualmente está caracterizando uma fase neutra-positiva, o que começará a impactar o Nordeste e beneficiar a região Sul.

A anomalia de temperatura no Oceano Pacífico é elevada, muito além das previsões, caracterizando uma possível fase neutra-positiva de El Niño.

SEGUNDA QUINZENA DE ABRIL

Previsão do acumulado de chuvas para a segunda quinzena de abril.

Nos próximos 10 dias, não é esperado grandes quantidades de chuvas para o Rio Grande do Norte. Ao longo da semana traremos mais atualizações sobre os veranicos que estão afetando vários municípios.

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SEMANAS DO DIA 09 AO DIA 19 DE ABRIL SERÁ DE CHUVAS MODERADAS A FRACAS NO RN

Acumulado de chuvas para os próximos 10 dias, com marcação para a cidade de Angicos/RN.
Fonte: Windy – Modelo ECMWF 0.7º

NO GERAL

Já estamos no outono e esta estação é marcada por temperaturas acima da média do sul da Bahia ao Rio Grande do Norte e no noroeste e oeste do Maranhão, além de ficar abaixo da média do sul do Ceará até o oeste da Bahia passando pelo Piauí, oeste de Pernambuco e no leste do Maranhão, muito por contribuição da alta nebulosidade na região. A situação além de não ser muito favorável para este período do ano, novas simulações estão indicando que o trimestre (mai-jun-jul) as chuvas estarão abaixo da média para o mesmo período, reflexo da fase neutra a neutra-quente do estado do Nino 1+2 e 3+4. Conforme novas rodadas são feitas, há expectativa de mudança do cenário, ainda mais em relação as temperaturas máximas elevadas e chuvas abaixo da média no Norte e Nordeste do Brasil.

NO RN

No Rio Grande do Norte, durante os próximos 10 dias, várias perturbações da ZCIT (Zona de Convergência Intertropical) poderão chegar ao estado e trazer chuvas com pancadas isoladas e algumas regionais. Na cidade de Angicos/RN, é esperado o acumulado em 10 dias de 92,2 mm.

VERANICOS

Os municípios com destaque em vermelho terão veranicos que estenderão por mais de 5 dias. Fonte: EMPARN – Rodada do dia 08/04/2023.

A situação de veranicos está ficando problemática, as últimas rodadas realizadas pela EMPARN (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte) indicam que os intervalos de veranicos estão ficando cada vez mais frequentes, nada que esteja fora do comum e pode ser considerado normal para o período do ano, mas que coloca um prazo no sorriso do agricultor potiguar.

À medida que novas rodadas são feitas, cresce a quantidades de municípios que estão em veranico. Fonte: EMPARN – Modelo WRF.

Enquanto alguns municípios estão experimentando excessos de chuvas e com diversos danos à infraestruturas, outros municípios estão com precipitações abaixo do esperado. Mesmo com os recentes acumulados de chuvas, ainda não foi possível recarregar completamente alguns mananciais.

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CHUVA EM ANGICOS 06/02/2023

A semana já começou abençoada na região central potiguar, principalmente na cidade de Angicos/RN. De acordo com a estação automática da UFERSA – Campus Angicos, até às 15h30 houve um acumulado de 34.8 mm de chuva.
Durante a chuva de hoje, houve várias descargas elétricas (raios), trovoadas e falta de energia que assustaram a população local.
A vegetação já começa a ficar verde, um indicativo de que as chuvas estão retornando ao semiárido nordestino. Porém, as chuvas seguem abaixo do previsto por modelos climáticos.